segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O bebê logo cedo passa a aprender através da própria emoção. Quando se irrita e depois se acalma, está entrando em contato com  sentimentos opostos. Quando o bebê tem adultos, emocionalmente disponíveis a lhe atender, isso favorece um desenvolvimento emocional satisfatório. Quando ele está irritado, gritando, chorando... e a mãe consegue se mostrar tranqüila e acalmá-lo, ele começa a compreender que é possível sair de um estado de agitação para um estado de calmaria. Se esse procedimento do adulto for freqüente, essa criança, provavelmente quando adulta, vai ter maior facilidade de conseguir se manter tranqüila num momento de irritação.

Quando a criança, num momento de agressividade, é aceita, compreendida, amparada e orientada ela tem maiores chances de saber lidar com sentimentos como: raiva, medo, frustração, ansiedade...

O limite deve ser estabelecido desde cedo, para que faça parte da relação. Os adultos devem adotar uma postura única frente às crianças, isso facilita a compreensão do seu limite e do outro.

Alguns comportamentos, do tipo: agressividade, birra, anorexia, dificuldade escolar... devem ser encarados como sintomas.

As crianças nem sempre se dão conta de que estão fazendo determinada coisa, elas sabem que estão se comportando dessa forma e que estão incomodando algumas pessoas, mas não conseguem fazer diferente, afinal está conseguindo que as atenções se voltem para ela.

A atenção do outro, dá a criança a sensação de estar próxima, vinculada, ligada através da fala, do olhar, do grito...  

Às vezes as crianças fazem uso de determinados comportamentos como uma forma de protestar contra algo que a incomoda, mas que ela não sabe expressar através da palavra ou fazer uso de um comportamento mais aceitável.

Quando se deparam com tais comportamentos, alguns adultos passam a buscar explicações para justificá-los e acabam se distanciando mais ainda da possibilidade de ajudar a criança.

Os pais precisam compreender que muito daquilo que os filhos serão, está sendo construído agora e que eles são fundamentais para torná-los mais saudáveis emocionalmente.

Assim como existe a preocupação de vacinar os filhos e manter certos cuidados para que não contraiam doenças, deve haver também posturas e cuidados para que evitem as dificuldades emocionais.

É relevante chegar à fase adulta com dentes saudáveis, ossos e músculos fortes, pele bem tratada, ter um bom funcionamento dos órgãos... E a emoção ??? Qual será a capacidade de lidar com o outro e com consigo mesmo? E como encarará as situações de frustração? E o impulso para buscar os próprios sonhos e não desistir quando surgir algum obstáculo? E determinação, a segurança...? 

É claro que os pais não são os únicos responsáveis pela formação pessoa dos filhos, há dentro das suas histórias determinados episódios que fazem parte da vida e que nem sempre podem ser evitados. Além do mais os pais também, nem sempre sabem que estão fazendo algo inadequado e que trará conseqüências desfavoráveis à saúde emocional dos seus queridos filhos.

Portanto não precisam se sentir culpados, quando algo não sair bem. O importante é que tenham o olhar focado para o entendimento do quanto podem fazer para que seus filhotes se tornem adultos melhores. E assim será possível reparar as inadequações da relação, sem culpa, sem medo...

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